O filme foi dirigido por Henry Selick: “Coraline e o Mundo Secreto”, uma adaptação do livro “Coraline”, do escritor Neil Gaiman. Este texto relacionará a simbologia encontrada em algumas cenas, com os conceitos teóricos de Melanie Klein. O filme conta a história de Coraline Jones, uma menina aos onze anos de idade, filha única, cujos pais escritores encontram-se muito ocupados com o trabalho e não lhe dão a devida atenção. A história começa com a família chegando de mudança em um antigo casarão chamado “Palácio Cor-de-Rosa”. A senhoria não aceitava famílias com crianças porque, sua irmã desapareceu misteriosamente quando ainda era criança. O lugar é sombrio, chove com frequência, mas, apesar das chuvas, o jardim em frente ao casarão parece sem cuidados e quase sem vida. Chama a atenção o fato de os pais de Coraline se dedicarem a escrever um catálogo sobre jardinagem, mas, parecem indiferentes ao jardim que jaz em frente às janelas. Coraline critica su
Sob a pressão do ter de parecer, ter de participar, ter de adquirir, ter de qualquer coisa, assumimos uma infinidade de obrigações. Muitas desnecessárias, outras impossíveis, algumas que não combinam conosco nem nos interessam. Não há perdão nem anistia para os que ficam de fora da ciranda: os que não se submetem mas questionam, os que pagam o preço da sua relativa autonomia, os que não se deixam escravizar, pelo menos sem alguma resistência. O normal é ser atualizado, produtivo e bem-informado. É indipensável circular, estar enturmado. Quem não corre com a manada praticamente nem existe, se não se cuidar botam numa jaula: um animal estranho. Acuados pelo relógio, pelos compromissos, pela opinião alheia, disparamos sem rumo – ou em trilhas determinadas – feito hâmsteres que se alimentam de sua própria agitação. Ficar sossegado é perigoso: pode parecer doença. Recolher-se em casa ou dentro de si mesmo, ameaça quem leva um susto cada vez que examina sua a